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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Luziânia, 270 anos. Façamos uma nova história



Por Arley da Cruz

Como se faz história? Pergunte para quem já têm 270 anos! Pergunte a Luziânia! Sim, nossa cidade têm muita história. Para conhecê-la é simples: Visite a Casa da Cultura, a Biblioteca pública, os livros, o Wikipédia... sei lá. Apenas procure saber quem é Luziânia. Para começar procure primeiro pelo arraial de Santa Luzia de onde veio a cidade. Por lá chegaram os primeiros bandeirantes, Antônio Bueno de Azevedo era o mais famoso deles, se têm alguma homenagem em Luziânia a esse bandeirante? não não há. Nem adianta procurar. Não têm praça, rua, avenida, escola, nada, não têm mesmo. Busto, estátua? nada disso. Luziânia é assim mesmo. Ele e muitos outros nos ajudaram a existir só que ficou no lado esquecido da história.
A história de Luziânia começou em 13 de dezembro de 1746, batemos então nos 270 anos! É muito tempo, dá pra fazer mesmo muita história. Mesmo assim existe um certo senso de total esquecimento da memória de Luziânia, sua cultura e do próprio interesse em manter essa bonita história. Pessoas de outras cidades, estados e até de outros países têm muito mais apreço pela história de Luziânia do que seus próprios filhos. Não se admire, isso também é história.
A cidade acabou sendo engolida pela filha-semi-metrópole, Brasília, ela mesma, a Ilha das Ilusões, Ilude a tantos que até goianos do pé rachado se dizem, pasmem, brasilienses. Faz-me rir! Não têm nada mais goiano do que Brasília, está cravada no coração do estado, era fazenda de Luziânia sabiam? Tá certo, é muito mais bonita e chique, mesmo assim é terra da nossa, saiu daqui não adianta reclamar. E os brasilienses gostam muito de nós, na história da construção de Brasília, o pessoal vinha se divertir muito aqui em Luziânia. A diversão adulta era a predileta. JK, gostava tanto de Luziânia que aqui resolveu manter propriedade, a lendária fazendinha JK. Foi construída em tempos de dificuldades para o estadista, foi preciso ajuda de amigos para edificar a sede da fazenda, único projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer em zona rural no mundo! É aqui em Luziânia. Dá para visitar se quiser. Aqui na cidade existe também um centro cultural com teatro e biblioteca cujo projeto atribuí-se ao 'mago das curvas', apesar de aqui não haver 'curvas', acho que ele estava ainda praticando as linhas quando desenhou o projeto, ou seja, 'nois é chique também sô'! JK era grande amigo do prefeito da cidade, Delfino Machado, a quem vez por outra escrevia cartas e até esteve presente na posse do mesmo na década de 70.
Luziânia hoje não emite tanta história, corrijo, emite muita história ruim, de crimes bárbaros e violência gratuita contra tudo e todos. Pessoas em todas a partes do país se espantam quando falamos que vivemos em Luziânia, se admiram: Meu Deus, aquele lugar é terrível! Verdade. A gente aguenta. A curva da história em mais de um terço de século talvez nos faça refletir sobre o quanto cada um de nós pode contribuir por uma cidade melhor, com atitudes simples de cidadania e respeito pelo próximo e o alheio. Se os pais de hoje ensinarem melhor seus filhos, talvez a próxima história de Luziânia seja a de que, lá pertinho de Brasília existe também a Cidade Luz!
Parabéns pelos 270 anos querida Luziânia!

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