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sexta-feira, 8 de junho de 2018

Segue o líder. Flamengo absoluto contra o Fluminense no Mané Garrincha


Confira as fotos do Clássico das Multidões, um verdadeiro Fla x Flu, que levou 60.000 torcedores nesta quinta-feira (07/06), ao Estádio Nacional Mané Garrincha em Brasília DF. O Clube de Regatas do Flamengo saiu da partida mais líder do que nunca do Brasileirão 2018. O time rubro negro dominou a partida contra o Fluminense Football Club. O placar final ficou 2 a 0, com gols de Henrique Dourado e Felipe Vizeu, o Flamengo soma 23 pontos, cinco a mais que o Sport, segundo colocado. A próxima partida do Mengão é contra o Paraná, no dia 10/06.



























Reportagem e fotos Arley da Cruz

sábado, 2 de junho de 2018

Viola nossa viola


A viola faz aquele som que só com um acorde já nos faz chorar. Choro de saudade, saudável saudade. Quem não possui sua música favorita? Sendo brasileiro, bem provavelmente no repertório pessoal deve ter uma moda de viola, bem sentida, bem doida. Sementinha, Franguinho na panela, Saudade de minha terra, Rei do Gado e tantas outras canções que de tão simples em suas melodias nos remetem a tempos memoriais que vivemos ou então que só ouvimos falar, mas mesmo assim, nos toca profundamente. A viola caipira é brasileira. Aquelas dez cordas características são nossas. Existe a grande influência dos alaúdes ibérico-portugues, usados pelos jesuítas no inicio da colonização. Só que aquela influência européia se perde quando o caipira brasileiro, aquele que vivia nos rincões, trabalhava a terra, plantava e colhia e usava o som das 10 cordas para se distrair da labuta do dia, sentado à beira da porta do rancho e mesmo sem nenhum conhecimento técnico, encantava a família com acordes simples. Nota de viola sai até mesmo sem posição no braço. Basta raspar os dedos e já sem tem som para cantar. 


São Paulo, Minas Gerais e Goiás carregam a herança mais genuína da música tocada com a viola caipira. Nestes estados, a vida do campo, nas fazendas de café e gado, ou mesmo em distantes sítios no interior no século 18, consolidou um estilo de vida muito simples, baseado no trabalho agrícola, em que toda a família participava. A recreação do fim do dia era ouvir algum instrumento, como a sanfona, o violão e a viola. Chegando mais pra cá na linha do tempo, encontramos expoentes da música de raiz, a genuína música caipira. Tonico e Tinoco, por volta de 1930, saíram da lida do campo e colocaram a música do interior dentro da casa dos brasileiros. O rádio difundiu uma cultura particular do povo da roça, as pessoas se identificaram com as letras e também com  o ponteio da viola e do violão. A música ‘Tristeza do Jeca’ é datada dos anos 1920, foi cantada pela dupla de irmãos e até hoje faz sucesso e traz aquela sensação de saudade para aqueles que a conhecem de cor.

Violeiros se tornaram grandes artistas de renome nacional com a viola. Renato Andrade (1932-2005) foi um dos mais destacados violeiros do Brasil. Seu estilo era instrumental e serviu de influência para diversos violeiros do passado e do presente, como Almir Sater, Chico Lobo, Pereira da Viola e Marcus Biancardini, goiano e virtuoso da viola caipira. Cantando a música de raiz com a viola, o mais destacado brasileiro é com certeza o Rei do Pagode, Tião Carreiro (1934-1993). Tião Carreiro inventou o "Pagode", ritmo que ousou em criar com base na viola e em seu ponteado particular. As letras de seu “pagode” revelam as particularidades da vida na roça e da labuta diária do caipira, que longe de ser um incapaz e analfabeto, em suas letras revelam homens e mulheres de grande capacidade, subestimados pelos engravatados, ricos e doutores da cidade grande. Podemos ouvir isso em interpretações majestosas de ‘Cavalo enxuto’, ‘O mineiro e o Italiano’, ‘Terra roxa’ e tantas outras canções virtuosas, compostas por pessoas praticamente sem nenhuma instrução escolar, que ainda bem, não estragou sua capacidade de compor com tanta beleza e simplicidade.

Almir Sater trouxe do Mato-Grosso a vivência do Pantanal e das serras dos indígenas sua letras comoventes e que são poesias que nos servem de reflexão, falo de ‘Tocando em frente’, ‘Um violeiro toca’, ‘Terra de sonhos’, na primeira fase como compositor com Paulo Simões. Ele nunca parou no tempo, virou ator de sucesso e volta para a música com a mesma facilidade. 

Em 2015 Almir Sater e Renato Teixeira, outro mestre, lançaram “AR”, disco premiado internacionalmente. Agora podemos ouvir o lançamento de 2018, “+AR”, muito mais música de qualidade e com a eterna viola caipira. Isso sem falar de tantos artistas que já fizeram sua vida tocando viola caipira, como Liu e Léu, Vieira e Vieirinha, Pardinho, Cacique e Pajé, Carreiro e Carreirinho, Belmonte e Amaraí, Daniel, Paraíso, Rolando Boldrin, André e Andrade, Sérgio Reis, Zé Mulato e Cassiano e tantos grandes nomes da música tocada com a viola no peito, pertinho do coração. Quem nunca quis ouvir de novo seu pai, sua mãe, um tio, um primo, um amigo, cantar novamente aquela moda de viola, aquele modão caipira, que só de lembrar dá aquela saudade dentro da gente. Hoje temos tantos estilos diferentes de música, mesmo assim naquela playlist nossa, deve ter uma bela moda de viola, no pen drive, no smartphone, no cd, no DVD, em qualquer mídia, o importante é que ‘tudo é sertão, tudo é paixão, se um violeiro toca. A viola, o violeiro e o amor, se tocam’.

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