Nós temos uma estranha mania de culpar o tempo pelo que somos.
Dizemos às vezes: “Hoje” eu não estou bem. Mas e ontem, eu estava?
2020 é o ano culpado de todos os nossos problemas.
Em dezembro do ano passado li uma frase intrigante que dizia que
2019 seria melhor do que 2020. Que verdade profética. Mas não acredito que
alguns algarismos (23:59/00:00) sejam capazes de uma mudança tão grande como a
que vivemos em 2020. Foi necessário uma profusão de acontecimentos para que
esse ano fosse tão incomum.
2020 era uma jovem promessa. Tipo aquelas previsões que são
feitas sobre novos jogadores de futebol. Lê-se Toró. Quem lembra?
Mas como promessa foi um ano fracassado em tantos sentidos. Se você
discorda, eu não tenho mais nada para falar com você. Pode parar de ler,
não perca seu tempo.
O país parecia estar melhorando em sentido econômico, apesar
disso ser uma verdadeira piada. Estamos em plena recessão a vários anos e nada
melhorou. Se você pensa o contrário tenho pena de você. O governo transitório e
momentâneo que temos no Brasil, nunca terá condições de realizar nenhuma
melhora para a população. Auxílio emergencial foi a mais pura obrigação. Se o
país escapa de afundar de vez é por conta de pessoas que nada têm a ver com
governo. Fato.
Luziânia vivia os agitos de ano eleitoral. E por aqui a política
é o motor de tudo. Economia, emprego, segurança, cultura? esporte? turismo?...
Apesar de talvez você ainda não saber disso. Aí, logo em fevereiro temos o
afastamento do prefeito, que já vinha sendo arranjado desde 2019. Temos pela
primeira vez uma prefeita em Luziânia. Infelizmente ela já chegou dizendo que
nunca havia entrado no gabinete do executivo da cidade, apesar do governo que
ela fazia parte já está no poder a mais de 1100 dias. O tempo não mente! A
grande maioria da pessoas da cidade já entraram no gabinete do prefeito, não é
possível que a vice-prefeita não. Enfim, seu governo começou. Mas em vez de viver
um mar de 'rosas', a pandemia do novo coronavírus chegou e abarcou todos os
sonhos dela e da turma que provisoriamente ocuparia o executivo. Reflito que a
atuação da prefeita interina, especificamente frente à pandemia, merece
reconhecimento. Uma mulher no comando da cidade foi muito importante para
aquele momento. Poderia ter feito muito mais, mas o que foi realizado atendeu
às demandas.
Perdemos na pandemia tantas pessoas queridas, além da Covid é
verdade, tantas que nem sequer pudemos nos despedir em uma simples cerimônia
fúnebre. Quanta dor! Tivemos que aprender a nos afastar e a brigar com aqueles
que teimavam em ficar perto demais. Crianças longe de seus avós, avós e pais
tristes com saudades dos seus. Havia tantas discordâncias sobre o ensino em
casa e de repente, todo mundo estudando em casa. O tempo é maravilhoso. Você
não precisa fazer muita coisa, ele vai fazendo por você e te ajudando a
aprender. Videoconferência, quem inventou isso? Salvou o mundo na pandemia.
Em agosto a pandemia deu uma pausa (sic) e a campanha começou.
Quantos candidatos! Recorde de candidatos a prefeito e para vereador. Como já
disse, a política em Luziânia não é para amadores. O prefeito foi reconduzido
ao cargo pouco antes da eleição. A prefeita interina não convenceu e ficou em
terceiro lugar e deu a lógica, Diego Sorgatto prefeito eleito com
tranquilidade, 48.061 votos, 57,16% dos eleitores luzianienses depositaram no
jovem deputado suas esperanças de novos tempos para a cidade e consequentemente
para si mesmos. Quanta responsabilidade. Vai receber uma cidade com avanços
significativos. Se você discorda você mora em outro lugar ou não importa com a
cidade ou então não a conhece suficientemente. Em oito anos de mandato o
prefeito Cristóvão trabalhou muito, realizou muito, especialmente em
infraestrutura. Trabalhou muito em seu segundo mandato também, coisa rara de se
vê. Sai devendo em emprego, transporte, educação superior, para citar alguns
problemas que deverão ocupar a mente do próximo prefeito. Apesar das acusações
de assédio, que o afastou do cargo, ele deve manter um bom eleitorado para os
próximos pleitos, a leitura se deve ao segundo lugar de seu apadrinhado na
disputa pela prefeitura.
No final, 21 vereadores eleitos, só uma mulher para a próxima
legislatura. O vereador Felipe do Mandú foi o mais votado com 1706 votos. Atual
presidente da Câmara deve manter o cargo para o próximo anuênio, garantindo
tranqüilidade nas votações pró governo que terá a maioria na casa de leis. Houve
uma renovação necessária na câmara de Luziânia, o que deve qualificar melhor o
debate político na cidade.
Tempo.
Luziânia chega aos seus 274 anos. Quanto tempo faz que nossa
Luziânia está fincada em lugar seguro desde aquele 13 de dezembro de
1746. JK viu isso e colocou a capital do Brasil no nosso quintal, nossa benção
e maldição.
Nesses 274 anos, 3.288 meses e 98.640 dias, aproximadamente,
nossa cidade viveu grandes dias de glórias e dificuldades, alegrias e
tristezas, vitórias e derrotas. Mas isso é o tempo, ele é assim. Os louros da vitória
cessam, as lágrimas da derrota secam e o tempo sempre passa.
Os dias difíceis de 2020 estão chegando ao fim e os de 2021
estão se aproximando. Nossa força se reforça no exemplo daquelas milhares de
pessoas que venceram a Covid-19 e verão um novo ano chegar. Que traga uma
vacina e esperança.
Mas não culpe o tempo, ele só quer passar.
Arley da Cruz|Editor da Rede Luziânia de Comunicação
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