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domingo, 13 de dezembro de 2020

Crônica – Luziânia 274 anos e o tempo

 


Nós temos uma estranha mania de culpar o tempo pelo que somos. Dizemos às vezes: “Hoje” eu não estou bem. Mas e ontem, eu estava?

2020 é o ano culpado de todos os nossos problemas.

Em dezembro do ano passado li uma frase intrigante que dizia que 2019 seria melhor do que 2020. Que verdade profética. Mas não acredito que alguns algarismos (23:59/00:00) sejam capazes de uma mudança tão grande como a que vivemos em 2020. Foi necessário uma profusão de acontecimentos para que esse ano fosse tão incomum.

2020 era uma jovem promessa. Tipo aquelas previsões que são feitas sobre novos jogadores de futebol. Lê-se Toró. Quem lembra?

Mas como promessa foi um ano fracassado em tantos sentidos. Se você discorda, eu não tenho mais nada para falar com você. Pode parar de ler, não perca seu tempo.

O país parecia estar melhorando em sentido econômico, apesar disso ser uma verdadeira piada. Estamos em plena recessão a vários anos e nada melhorou. Se você pensa o contrário tenho pena de você. O governo transitório e momentâneo que temos no Brasil, nunca terá condições de realizar nenhuma melhora para a população. Auxílio emergencial foi a mais pura obrigação. Se o país escapa de afundar de vez é por conta de pessoas que nada têm a ver com governo. Fato.

Luziânia vivia os agitos de ano eleitoral. E por aqui a política é o motor de tudo. Economia, emprego, segurança, cultura? esporte? turismo?... Apesar de talvez você ainda não saber disso. Aí, logo em fevereiro temos o afastamento do prefeito, que já vinha sendo arranjado desde 2019. Temos pela primeira vez uma prefeita em Luziânia. Infelizmente ela já chegou dizendo que nunca havia entrado no gabinete do executivo da cidade, apesar do governo que ela fazia parte já está no poder a mais de 1100 dias. O tempo não mente! A grande maioria da pessoas da cidade já entraram no gabinete do prefeito, não é possível que a vice-prefeita não. Enfim, seu governo começou. Mas em vez de viver um mar de 'rosas', a pandemia do novo coronavírus chegou e abarcou todos os sonhos dela e da turma que provisoriamente ocuparia o executivo. Reflito que a atuação da prefeita interina, especificamente frente à pandemia, merece reconhecimento. Uma mulher no comando da cidade foi muito importante para aquele momento. Poderia ter feito muito mais, mas o que foi realizado atendeu às demandas. 

Perdemos na pandemia tantas pessoas queridas, além da Covid é verdade, tantas que nem sequer pudemos nos despedir em uma simples cerimônia fúnebre. Quanta dor! Tivemos que aprender a nos afastar e a brigar com aqueles que teimavam em ficar perto demais. Crianças longe de seus avós, avós e pais tristes com saudades dos seus. Havia tantas discordâncias sobre o ensino em casa e de repente, todo mundo estudando em casa. O tempo é maravilhoso. Você não precisa fazer muita coisa, ele vai fazendo por você e te ajudando a aprender. Videoconferência, quem inventou isso? Salvou o mundo na pandemia.

Em agosto a pandemia deu uma pausa (sic) e a campanha começou. Quantos candidatos! Recorde de candidatos a prefeito e para vereador. Como já disse, a política em Luziânia não é para amadores. O prefeito foi reconduzido ao cargo pouco antes da eleição. A prefeita interina não convenceu e ficou em terceiro lugar e deu a lógica, Diego Sorgatto prefeito eleito com tranquilidade, 48.061 votos, 57,16% dos eleitores luzianienses depositaram no jovem deputado suas esperanças de novos tempos para a cidade e consequentemente para si mesmos. Quanta responsabilidade. Vai receber uma cidade com avanços significativos. Se você discorda você mora em outro lugar ou não importa com a cidade ou então não a conhece suficientemente. Em oito anos de mandato o prefeito Cristóvão trabalhou muito, realizou muito, especialmente em infraestrutura. Trabalhou muito em seu segundo mandato também, coisa rara de se vê. Sai devendo em emprego, transporte, educação superior, para citar alguns problemas que deverão ocupar a mente do próximo prefeito. Apesar das acusações de assédio, que o afastou do cargo, ele deve manter um bom eleitorado para os próximos pleitos, a leitura se deve ao segundo lugar de seu apadrinhado na disputa pela prefeitura.

No final, 21 vereadores eleitos, só uma mulher para a próxima legislatura. O vereador Felipe do Mandú foi o mais votado com 1706 votos. Atual presidente da Câmara deve manter o cargo para o próximo anuênio, garantindo tranqüilidade nas votações pró governo que terá a maioria na casa de leis. Houve uma renovação necessária na câmara de Luziânia, o que deve qualificar melhor o debate político na cidade.

Tempo.

Luziânia chega aos seus 274 anos. Quanto tempo faz que nossa Luziânia está fincada  em lugar seguro desde aquele 13 de dezembro de 1746. JK viu isso e colocou a capital do Brasil no nosso quintal, nossa benção e maldição. 

Nesses 274 anos, 3.288 meses e 98.640 dias, aproximadamente, nossa cidade viveu grandes dias de glórias e dificuldades, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Mas isso é o tempo, ele é assim. Os louros da vitória cessam, as lágrimas da derrota secam e o tempo sempre passa.

Os dias difíceis de 2020 estão chegando ao fim e os de 2021 estão se aproximando. Nossa força se reforça no exemplo daquelas milhares de pessoas que venceram a Covid-19 e verão um novo ano chegar. Que traga uma vacina e esperança. 

Mas não culpe o tempo, ele só quer passar.

Arley da Cruz|Editor da Rede Luziânia de Comunicação

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