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quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Crônica do Dia – Natureza em dia

 


Natureza. Ela tem um dia; 04 de outubro. O dia da Natureza. Parece algo sem muita importância para a maioria das pessoas ter no calendário um dia para a Natureza. Poderia até ser assim mesmo se ela, a Natureza, não estivesse seriamente ameaçada. É engraçado dizer que a Natureza está sob ameaça. Os que estão ameaçados somos nós, os seres humanos, que somos intrínseca parte da Natureza. Nossa ameaça é mais evidente. Quando um calor de 40 graus está queimando nossas cabeças, passamos a lembrar que existe a natureza. Naquela hora que você se refresca embaixo de uma árvore frondosa e aquele Sol se abranda, lembramos da importância da Natureza.

Um simples gole d’água, em um dia de extremo calor salva nossa vida. Presente da Natureza. Água que, como já disse o poeta, em breve valerá mais que ouro. Já é valiosa demais para bairros da cidade de Luziânia que até hoje, aos 23 anos do século XXI, não são atendidos por água encanada. Isso a 100 metros do Fórum da cidade. Naturalmente, alguém não entende muito da natureza humana e suas necessidades básicas.
Falar sobre Natureza no Dia da Natureza é muito bom. Mas é como se clamasse no deserto. Uma parte imensa das pessoas não refletem sobre a importância da Natureza. Não foram educados assim, nem em casa e menos ainda nas escolas. Muitos professores se esforçam em ajudar as crianças a terem uma consciência ambiental. Escolas de Luziânia já ajudaram a arborizar avenidas e praças. Mas o que aconteceu? Por que não fazem mais assim? Não plantam árvores no Dia da Árvore em Luziânia! Na verdade, cortam e matam belos exemplares.
Muitas vezes me pego pensando em quando Luziânia não tinha gente, quando era somente Natureza. Claro que estou falando dos milhares de anos de outrora. Imagine: como deveria ser lindo o rio que agora chamamos de Rio Vermelho. Consigo pensar naquela água cristalina, cobrindo as pedras do leito do rio e variados peixes e animais aquáticos vivendo tranquilos por ali. As margens com vigorosas árvores, que como diz o salmista, quando estão plantadas no limiar dos rios, vicejam em beleza. Imagine a fauna do lugar. A variedade de animais que deveria haver por aqui. Pássaros de todas as cores e tamanhos. Faço um quadro mental e me animo com a perspectiva.
A Natureza em Luziânia é rica, ainda. Temos muito o que apreciar e celebrar neste Dia da Natureza. Ainda temos muitas áreas arborizadas que teimam em sobreviver, apesar de todos os dias terem agentes do caos que querem eliminar sua existência. Temos um Parque Ecológico em Luziânia e a promessa de décadas de que vão fazer um parecido no distrito do Jardim Ingá. O Rio Vermelho, agoniza. As nascentes, a grande maioria, estão poluídas ou já morreram faz tempo. O lindo Rio Corumbá virou um lago. O Rio São Bartolomeu segue lindo. O Cerrado está acabando. As matas originais estão sumindo aos poucos. A perspectiva não é das melhores.
Em tempos de que a pauta dos governos e pessoas é o que fazer para cuidar dela, da Natureza, Luziânia está sem um direcionamento no tema. Fala-se pouco sobre créditos de carbono, preservação, despoluição, educação ambiental, batalhão de polícia ambiental e os benefícios de possuir uma vibrante atuação nas causas sustentáveis diante de um planeta em crise climática. Luziânia poderia ser um player, um case de sucesso se aproveitasse a proximidade com Brasília para se destacar neste tema. Se tão somente a educação ambiental estivesse em evidência já teríamos material para nos orgulhar.
Dia desses ouvi sobre a ecopsicologia. Conhecida como um campo interdisciplinar e transdisciplinar que se concentra na síntese da ecologia e da psicologia e na promoção da sustentabilidade. Se concentra no estudo do vínculo emocional entre os humanos e a Terra. É a chamada relação do ser humano com a Natureza. Mas nós somos Natureza. Naturalmente nos integramos ao meio e fazemos nosso ambiente. Se você puder plante os pés na terra, tome um banho de chuva, plante uma árvore, sinta o perfume duma flor, sinta a Natureza. Aproveite o Dia da Natureza e faça uma declaração de amor à Natureza e às pessoas.

Arley da Cruz – 04.10.2023

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